Indigo ou o que devemos fazer diferente de nossos pais

Thais ID
3 min readMar 15, 2023

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*texto sem bases científicas, totalmente baseado em minha observação

Para ler ouvindo “Como nossos pais”

Estranho não indicar uma música de Indigo para ler esse texto, mas é que, nos auge dos meus 33 anos, acredito que já superei os 20 e tenho lugar de fala para falar sobre o sentimento de liberdade e, ao mesmo tempo, de sofrimento que a minha geração vive ao perceber que os 30 estão chegando.

Por muito tempo, achei que esse fosse um sentimento meu e de pessoas ansiosas, mas não sei se estamos todos ansiosos no momento, afinal acabamos de perder 2 anos de nossas vidas no meio de uma pandemia e, apesar de ser um milagre e uma benção estarmos vivos, é bizarro como o tempo passou rápido e, muita gente se viu aos 30 no meio disso tudo.

Para gerações antigas, essa é a idade do sucesso. Mas qual sucesso falamos aqui?

Lembro que, ao chegar aos 28, comentei com minha mãe: “eu entendo os motivos que levaram tantos artistas a morrerem com 27, é difícil passar por isso”. E sim, os últimos anos dos 20 são tensos, principalmente para quem tem mente inquieta. Você se olha no espelho e tem rugas e espinhas, cabelo branco e cara de jovem.

Some isso a instabilidade emocional, sem um relacionamento estável, uma casa própria, carro ou uma vida totalmente morna e sem muitas emoções. Eu confesso que isso era tudo o que eu queria, mas será que é o que me faria feliz?

Confesso também que não esperava isso do Namjoon, afinal ele é bem sucedido, mas eu havia esquecido que ele é uma pessoa, um jovem adulto com a mente inquieta como eu e, nesse quesito, não importa muito classe social ou gênero. Quando os 30 chegam, é impossível não se questionar e entrar em um buraco de pensamentos obscuros.

O que observei entre meus amigos (infelizmente não sou amiga do Nam) é que ainda estamos com a cabeça em um modelo de vida como os dos nossos pais: com 30 preciso ter tudo definido na vida.

Mas, ao contrário deles, quando chegou a nossa vez, percebemos que temos mais liberdade de perseguir o que queremos, a oportunidade de focar em nossos sonhos e também, para os pobres, não temos condições de nos sustentar sozinhos.

A liberdade é seguida de frustração, instabilidade emocional e, mesmo agradecidos por poder escolher não sermos mães, pais, com empregos estáveis e uma casinha, nos questionamos a cada momento se não é isso que devemos perseguir para uma vida com a cabeça menos ansiosa.

E é por isso que abri o texto com a música… ainda estamos com a cabeça no passado, mesmo tendo consciência da nossa liberdade em fazer diferente. A culpa não é nossa, mas a vontade de mudar está em nossas mãos.

Assim como o Namjoon, podemos transformar essa dor dos 30 em algo positivo e até mesmo nos questionar:”o que eu realmente quero para mim?”.

E não me entendam mal, não quero dizer que a vida dos nossos pais foi mais tranquila, mas é que com a observação, fica mais fácil seguir um modelo a qual estamos acostumados, mas quantos deles não queriam ter a chance que temos de estudar, viajar e trabalhar em algo totalmente diferente?

Nós estamos vivendo um momento importante, talvez o momento mais bonito em nossas vidas, de decisões, incertezas e um futuro que pouca gente antes de nós teve a sorte de seguir, apesar da sociedade ter também os forçado a seguir a velha receita de casa-filhos-trabalho estável.

Não que essa tríade seja ruim, mas não é para todos, é para quem QUER. E cada vez mais temos consciência que somos seres ativos em nossa vida. Assusta, mas pode confiar, é muito melhor aprender com os tombos que escolhemos tomar que os que nos forçaram a seguir.

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Thais ID

33 anos, vivendo intensamente todos os dias, trabalhando com o que amo, caminhando e cantando e seguindo a canção